16 de abril de 2017

Espelho





Tão extenuado quanto à memória do meu celular após um domingo de Páscoa, fui acompanhar um evento de caráter social, promovido pelo grupo Amigo do Bem. 
Pessoas com atitudes proativas, que procuram fazer o melhor pelas comunidades mais desassistidas, merecem o nosso reconhecimento.
No entanto, o fato que mais chamou a atenção foi o comportamento de um garoto, com idade aproximada de 9 anos.
Enxergando a grandiosidade da fila para participar de um dos brinquedos, o pequeno sacou um pacote de balas, que provavelmente acabara de ganhar, e tentou subornar as crianças que estavam a sua frente.
Popular fura fila.  
Uma mãe que estava na companhia da filha observou a cena, e pediu para o jovem parar.
Ele olhou para os lados, e saiu correndo. Mais pela quantidade de olhares que a própria vergonha.
Alguma semelhança com o modus operandi visto no noticiário?
Promiscuidade sem limites.
Saneamento moral, quando começarás?








10 de março de 2017

Ao povo, o que é do povo...



A água sempre corre para o mar...nem sempre. Neste dia histórico para milhares de nordestinos, em especial meus conterrâneos, não poderia deixar de fazer algumas ponderações a respeito da chegada da água do Rio São Francisco, Eixo Leste, em solo paraibano.

1º - Inegável que seja um divisor de águas, ou melhor, um multiplicador de vidas. Só quem sabe da importância da concretização da transposição é o povo sofrido e batalhador do Nordeste. Não tirando o mérito dos demais brasileiros, mas não é para qualquer um encarar anos de estiagem, sem ter água para matar a sede, andar léguas com rodilha e uma lata na cabeça, vendo o seu sustento se exaurir com o sol escaldante; 

2º - No ponto mais polêmico, propago em bom tom que a obra definitivamente não tem pai. Um projeto que começou a ser discutido ainda no império de Dom Pedro I, e que desde o início de sua construção em 2007, passou pelas mãos de 3 presidentes e uma série de ministros não pode ser exclusivamente direcionado para um único genitor. 

3º - Queridos conterrâneos, sejam lúcidos e parem de endeusar os políticos. Essa obra não caiu do céu, e foi custeada com muito suor extraído da alta carga tributária que vocês pagam dia após dia. Compare o São Francisco a compra de uma casa nova, na qual teve inúmeros transtornos para receber as chaves, com paralisações, adiamentos, desvios de recursos e inúmeros defeitos na execução da obra. Sim, ela começou com investimento previsto de R$ 4,8 bilhões, e hoje supera a casa dos R$ 11 bilhões. Ou seja, uma sucinta reflexão é o suficiente para perceber que o mestre de sua obra não merece de longe um pedestal, mas sim um processo na justiça seguido de xadrez. Detalhe que o prazo para a conclusão final da obra foi mais uma vez adiado, para 2018.

5º - Inaceitável ver um bando de engravatados se vangloriando com a obra, e não fazer nenhuma referência sequer ao Exército brasileiro, o qual teve e segue tendo papel determinante na execução de boa parte da obra. Fui testemunha ocular em 2009, e já dimensionava na época o quão ágil é a prestação dos serviços dos bravos soldados (Função esta indevida. A guarda nacional deveria sim acompanhar o andamento, contanto que os executores da obra fossem os presidiários – que sonho distante, e tema para outra oportunidade). Pesquise no pai Google, e perceba a diferença de comprometimento entre o Exército e as empreiteiras, ano-luz a frente. 

4º – Muitos tem dúvida a respeito de um possível fim do rio. De acordo com especialistas do Ministério da Integração, o volume de água a ser usado é inferior a 1,4% do que o rio despeja no mar, o que não exime os governantes e a própria população de direcionar as atenções para a preservação do mesmo. Aliás, esse é o passo mais importante a partir de agora. 

5º - Confesso que assim como a maioria dos brasileiros, tenho dúvidas quanto a destinação da água para a produção agrícola. A agricultura familiar terá vez ou os grandes latifúndios seguirão predominando? 

6º - O racionamento deve acabar nos próximos dias para milhões de pessoas, mas não se esqueçam de que um dia a água pode faltar novamente em suas torneiras. Imploro, evite o desperdício. 

Pedro Niácome 
Foto: Divulgação

26 de outubro de 2016

Acolhida


Salve, salve...de volta, reativando o blog após 3 anos e meio longe do EZ. Neste período de 1293 dias ocorreram muitas mudanças. A principal delas ocorreu em agosto de 2013, quando decidi dar um até breve a querida e amada Paraíba, e segui destino rumo ao Rio Grande do Sul. 

O paradeiro da nova morada foi Palmeira das Missões. Cidade pacata e acolhedora do interior do Estado, com aproximadamente 36 mil habitantes. Sim, de cara me deparei com um abismo de diferenças, a começar pelo sotaque, o próprio clima, as comidas e a cultura dos gaúchos. O tradicionalismo gaudério impera. Aliás, Palmeira das Missões é conhecida por sediar um dos principais eventos de música nativista, que é o Carijo da Canção Gaúcha. Não estranhe, é carijo mesmo, sem vinculo com aves. Mas adiante explicarei a origem do nome, que tem forte ligação com a erva, a erva-mate, o cuscuz deles.

Acredito que o sobejo da curiosidade dos gaúchos também seja estendido ao leitor do blog: por que deixar seu estado de origem, cortar o país e baixar o matulão em uma pequena cidade do Sul do Brasil? És um nordestino foragido ou foi seduzido por alguma prenda?  

Nenhuma das alternativas, apesar da beleza das palmeirenses. A resenha é longa, mas para sintetizar digo que tudo teve início a partir de uma visita a um irmão, em meados de abril de 2013, que acabara de fixar residência em solo palmeirense. Professor de Zootecnia, Ianglio Márcio Travassos, passou em um concurso da Ufsm e acabou abrindo portas. Após acertar os ponteiros em Campina Grande, peguei a estrada com mala e cuia. Quatro mil quilômetros de distância, eu o carro e Gerusa (nome do GPS). O conteúdo das viagens pelas rodovias também merece um capítulo a parte, destrincharei mais adiante.

O fato é que quem bebe água do Rio Macaco dificilmente faz check-out. Confesso que no início foi bem difícil, principalmente tendo que encarar o frio intenso do inverno. Meu cartão de visita foi zero grau, e uma semana seguida com fortes chuvas, inclusive com temporal e granizo. Desafio ainda maior para um paraibano, com não mais que dois casacos, mais finos que uma folha de A4. A distância da família e dos amigos encharcou ainda mais a situação. Brabo, estaca zero...pensei em desistir.

Mas aos poucos fui me adaptando ao novo habitat, as novas amizades. Acabei sendo fisgado pelo churrasco e o bom vinho. A cidade em si tem suas belezas, bem como suas carências, mas que com o passar dos anos foi apresentando evolução, com ênfase no quesito entretenimento. Possui um belo parque, praças bem arborizadas, barzinhos, centro cultural com cinema entre outros.
Entre as principais vantagens que encontrei por aqui foi poder eliminar do meu dia a dia o caos dos congestionamentos. A violência aqui é bem menor, quando comparado com os altos índices dos estados da região Nordeste. Poucos assaltos e homicídios. Assassinato por aqui vira série.

Mas enfim, a vinda da esposa e do filho poucos meses depois veio a somar com a decisão final, contribuindo com o ‘fico’. Atualmente sou editor do jornal e repórter da rádio Difusora 92 Fm. Adaptado e feliz com o novo momento. 

Muito grato pela acolhida!        



10 de abril de 2013

Eu quero é aula vaga...




Estava na fila de um supermercado na manhã de hoje, era por volta das 9 horas, quando me deparei com a conversa entre três jovens estudantes da rede pública municipal comentando sobre a qualidade do ensino na escola em que eles frequentam. Todos aparentavam ter a média de idade entre 10 e 12 anos, quando então o mais franzino falou que o seu maior desejo era estudar em uma escola que não tivesse aula vaga. 

A reação de repúdio dos outros foi imediata. “Você ta de brincadeira guri, eu quero é aula vaga. Além do mais, os professores não dão uma aula que preste mesmo!”, pontuou um dos jovens, comemorando ainda as outras oito aulas vagas para o restante da semana.

Voltei para casa inquieto com o triálogo. O que é pior, a aula vaga ou de má qualidade? Qual a perspectiva de futuro desses jovens? 

Em meio a um dilema que se estende praticamente a nível nacional, vejo o caso como um grande desafio para os legisladores, claro, que não impossível de se resolver. As aulas do professor que falta muito costumam ser ainda piores do que as aulas ruins de professores que faltam menos. Se falta continuidade na sequência pedagógica, também fica difícil a avaliação do que o aluno aprendeu. O professor que falta muito não consegue manter a continuidade e precisa voltar aos assuntos mais vezes. A avaliação também é mais difícil, pois o que o aluno aprende hoje se esquece com extrema rapidez, isso se houver tempo hábil para revisão.

Em dezembro do ano passado a Folha de São Paulo publicou uma análise do professor Naercio Aquino, sobre escolas particulares com mensalidades mais econômicas, porém, em média, com infraestrutura precária, pior do que as públicas. Por que então os alunos de tais escolas particulares apresentam desempenho melhor que os da rede pública? A resposta está no fenômeno da 'aula vaga', que praticamente não existe na rede particular, mesmo nas piores escolas, pois quando os professores faltam são substituídos com eficácia ou dependendo da circunstância podem até ser demitidos, enquanto na rede pública há o predomínio da cortina de fumaça.

O grande problema das aulas vagas nas escolas públicas é proveniente de um sistema acéfalo. O começo para promover uma mudança na legislação talvez seja o primeiro passo, somado a uma gama de investimentos na área educacional.

  
Pedro Niácome

31 de outubro de 2011


Halloween ou Drummond? Prefiro pensar...

Enquanto milhões de internautas persistem em manter a rastag FELIZ HALLOWEEN, entre os assuntos mais comentados do twitter, outros se quer imaginam o quanto esta segunda-feira, dia 31 de outubro, é um dia especial para a literatura brasileira. 

É que um dos nossos maiores poetas, Carlos Drummond de Andrade, ganhou este dia só para ele. Hoje é o "Dia D", o "Dia Drummond", que vai ser comemorado em sete cidades brasileiras (Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Paraty e Itabira), além de Lisboa, em Portugal.

A partir deste ano, todo dia 31 de outubro, então, será "Dia D" e vai haver uma vasta programação sobre a obra de Drummond nas várias cidades: exposições com fotos e desenhos dele, filmes sobre o poeta Drummond e leitura de poemas. 

E no dia em que o Planeta Terra ultrapassa a impressionante marca dos 7 Bilhões de habitantes, lembramos de um simples pensamento de Drummond: “Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar”. 

Seja mais um seguidor dos pensamentos de Carlos Drummond de Andrade: #DiadeDrummond

Por Pedro Niácome

28 de outubro de 2011


Operário da informação

Trago hoje um tema trivial entre os bastidores do jornalismo: a imparcialidade. Em meio à interferência de alguns sistemas midiáticos relacionados diretamente com a queda de ministros no governo federal, podemos levantar uma linha simples de raciocínio. Sempre naquela roda de conversa no final de tarde da sexta-feira com os amigos (o bar fica a critério de cada um) até que ponto você se posiciona imparcial ao contar as novidades da semana? Como você expõe as suas ideias? Se você disser que viu no dia anterior a entrevista do governador em cadeia estadual, o relato não passará de uma simples informação linear. No mesmo instante a sua mensagem gerará uma resposta automática opinativa, expondo de maneira direta o seu posicionamento, e claro, os lampejos de sua tendenciosidade.

Até aí nada de mais, aliás, se pararmos bem para pensar, dependemos e vivemos da parcialidade. O alimento predileto, o programa de TV mais simpatizante, o estilo musical e por aí vai. Sem contar que esses apreços são colocados na nossa cabeça pela própria “mídia imparcial”. Mas, no entanto, parece que a informalidade saciada por alguns jornalistas é muitas fezes confundida com o próprio profissional, e acaba acompanhando-o cotidianamente nas redações ou em outros setores de difusão. Deixar transparecer interesses pessoais num conteúdo é reduzir o jornalismo a falsas verdades. É quando começamos a perceber que a responsabilidade e a ética ficaram escanteadas nas cantinas universitárias. 

Existe um motivo para a maior parte dos paraibanos optarem por assinar o Correio ou o Jornal da Paraíba. E qual é esse motivo? O simples posicionamento do periódico. Seja na forma como os textos são escritos, nas matérias que abrangem e até mesmo em sua opção política de determinado colunista. A verdade explícita de quem já atuou na área sabe que os jornalistas de grandes veículos não têm liberdade total de escrita. Sem contar com a dependência do velho ‘toco’, ou mesmo ‘jabá’, variável com a nomenclatura de sua região. 

Você ainda tem dúvidas? Então procure compartilhar sua mídia social, ou mais especificamente o seu twitter com alguns jornalistas. Se o seu desejo é saber se Sicrano Torres veste laranja ou vermelho, é só seguir o mesmo. Quem comandou um protesto e invadiu o Palácio da Redenção no dia tal, basta acompanhar o microblog de Beltrano Ferreira. Isso sem falar nos conflitos infames derramados em 140 caracteres, comportamento típico de cabos eleitorais em época de eleição (como se não fossem). 

Não existe uma fórmula mágica que possa transformar uma pessoa normal em um formador de opinião da noite para o dia. É algo que vai além da prática, da técnica e do parâmetro teórico. Delimitar opinião é deixar o amadorismo de lado, cultivar a coerência e a honestidade. Difícil? É sim, quase que utópico, principalmente quando relacionado à imprensa local, onde a interferência política reina em quase todas às áreas. 


Considero e questiono: até que ponto o que julgamos saber, pensar e formar não passa de um mero reflexo das sombras alheias? Afinal de contas, essa é uma questão que todos precisam avaliar por si mesmo. Concorda?

Por Pedro Niácome

17 de outubro de 2011


Criança, A Alma do Negócio


Documentário de Estela Renner e Marcos Nisti, sobre a influência da propaganda vinculada ao consumo desordenado no cotidiano das crianças.


O Dia das Crianças já passou, mas o consumo desenfreado não. É dever do educador formar cidadãos conscientes, atentos aos excessos da publicidade que, tendo crianças como grandes alvos, podem levar à erotização precoce, à obesidade e à violência. 


Educar nunca foi tarefa fácil para pais nem para os educadores mais experientes. E a contemporaneidade tem nos colocado novos e árduos desafios, principalmente no que diz respeito ao consumo. Podemos dizer que, hoje, a formação de nossas crianças não está somente nas mãos da escola ou da família, pois é compartilhada com as diferentes mídias, atravessadas por mensagens de apelo ao consumo. E aí está o maior desafio para os educadores: como integrá-las à educação formal e ajudar o jovem a ter uma visão mais crítica sobre o que consome? Como educar e formar nossas crianças para que sejam consumidores mais conscientes no futuro? Antes de nos debruçarmos especificamente sobre o papel do educador para a transformação da realidade atual, vale uma reflexão sobre a delicada relação que a criança tem estabelecido com o consumo.







Vivemos num mundo acelerado, ligados aos meios de comunicação e às redes sociais desde o momento em que acordamos até a hora em que vamos dormir. O tempo é outro, no qual a conectividade e o consumo pautam nossa socialização. Nesses novos tempos, crianças de todo o mundo têm consumido cada vez mais diferentes mídias e, muitas vezes, realizam esse consumo de forma simultânea: ouvem rádio enquanto navegam na internet, assistem à televisão lendo gibis, participam de jogos interativos no computador ao mesmo tempo que falam ao telefone ou se utilizam de outros gadgets digitais.


Apesar da influência das novas mídias e da internet, vale destacar que, no Brasil, é a televisão que ainda dita tendências de consumo. A criança brasileira é uma das campeãs mundiais no tempo médio diário que assiste à tevê. De acordo com levantamento do Ibope feito com jovens de quatro a 11 anos, das classes A, B e C, ela passa quatro horas e 54 minutos diante da tela. Em áreas de maior vulnerabilidade social e econômica, o tempo médio chega a espantosas nove horas por dia. Um tempo de consumo que ultrapassa o período médio que passa no ambiente escolar: cerca de três horas e 15 minutos, segundo estudo elaborado pela Fundação Getulio Vargas em 2009.


Daí pode-se dizer sem medo que a televisão tem sido um dos meios mais constantes no processo de socialização e formação da criança brasileira. Aliás, é também a forma de entretenimento preferida entre as crianças, à frente das brincadeiras e mesmo de atividades como andar de bicicleta, segundo pesquisa realizada na cidade de São Paulo pelo Datafolha em março de 2010.






29 de setembro de 2011


A égide perfeita


Na mitologia grega a égide era considerada o escudo mágico que Zeus utilizou em sua luta contra os titãs, e que lhe sustentava defesa pessoal. Aliado a força e ao amparo de seu brasão, o Deus grego soube proteger ideologias e pensamentos, assim como a memória histórica de seu povo.

Nas mãos dos centauros engravatados da terra dos tupiniquins, a proteção mitológica tomou novos rumos e conceitos, e infelizmente, praticamente irreversíveis. As quimeras daqui não soltam fogo pelas narinas, mas por outro lado, continuam revestidos com a pele de cordeiro e com coração de leão.   O galope avassalador da pitonisa da corrupção conduz consigo a égide perfeita dos poderes públicos.

A mesma criatividade que os gregos tinham de dar explicações para quase tudo também foi adaptada e usada pelo congresso secreto dos mascarados. A última peça pregada no oráculo do Conselho de Ética Nacional traduz bem o sentimento nefasto de nossos representantes. O Aquiles Valdemar Costa Neto, aquele que um dia encabeçou o famoso escândalo do Mensalão, simplesmente foi absolvido pela suntuosa Corte dos Minotauros.

Quem não recorda que há poucos dias a Medusa Roriz também passou facilmente pelo crivo do Monte Olimpo. O que seria de um pobre mortal caso fosse pego e filmado embolsando dinheiro público? Certamente estaria condenado a ingressar na arena central do Coliseu. Comprovação e receptação de propina simplesmente não abalão os alicerces da barbárie, desde que a divindade esteja provida por qualquer assento parlamentar, ou refugiada na cortina do voto secreto.

A tragédia grega da desordem e do regresso só não é maior graças aos espetáculos do pão e circo, ou pior, dos programas sociais e do nebuloso meio futebolístico. Afinal de contas, temos uma Copa do Mundo e uma Olímpiada pela frente. Acho que dá para matar a fome dos súditos por mais algumas eras, principalmente se o doutor Lula Zeus honoris causa voltar ao reinado. 

Por Pedro Niácome

14 de setembro de 2011




De volta ao começo?




Longe de ser apenas uma crítica ao consumismo ou a sistemas políticos, o documentário sueco, dirigido pelo italiano Erik Gandini, é um olhar sobre o jeito de ser e de viver da humanidade. Largamente divulgado pela Internet, este trabalho coloca em discussão não apenas a vida em sociedade e a ordem estabelecida, como também a própria essência humana.  Apesar de ser um pouco extenso, vale a pena conferir.

1 de setembro de 2011


Redes sociais: navegue com moderação



Em casa ou na rua, no computador ou no celular, no trabalho ou de férias. A presença da internet no cotidiano das pessoas é cada vez mais frequente. Para se ter uma ideia, a cada dia cerca de meio milhão de usuários entram na grande rede pela primeira vez. A cada semana são publicados 1 bilhão de twitters. A cada segundo uma nova conta é criada do Facebook.  

Mas será que estes cibernéticos estão sabendo tirar proveito na hora de navegar? Se o ser humano tem em sua essência a necessidade de se relacionar com o outro, o brasileiro é campeão na permanência em sites de relacionamento. Passa em média cinco horas por dia em salas de bate papo, comentando fotos ou curtindo vídeos. Muitas vezes, um desperdício de tempo, diante de tantas possibilidades que a web pode ofertar.

Meu amigo Shuray, apesar de todo seu conhecimento filosófico, é mais um viciado clássico que insiste em passar o dia na frente do PC enviando solicitações de FarmVille, quando não remete fotos marcadas com meu nome, e para variar, sempre desconcertantes.  

A minha crítica não tem a menor pretensão de fazer você integrante das redes sociais tomar uma decisão radial, até mesmo porque também faço parte desta aldeia. Em tempos de abundância de informação, podemos até tirar proveito destas ferramentas, mas de forma limitada, com outras prioridades. Mais importante do que simplesmente absorver informação é questionar, instruir experiências. Não podemos simplesmente ficar presos as garras da conexão. Não importa se vivemos na era digital. Ler um bom livro, sair com os amigos ou mesmo difundir alguma atividade física, são práticas que ainda demorarão a serem deletadas e que só nos fazem sobejar.

Por PedroNiácome