27 de julho de 2011

Interminável nuvem escura


Quem mora ou conhece a Paraíba sabe muito bem o quanto o estado é privilegiado por suas belezas naturais e pela pluralidade de seu povo. Um Estado economicamente promissor, com fortes atrativos turísticos e com um enorme potencial tecnológico e científico.

Mas também como é do conhecimento de muitos, o estado brasileiro que recebe os primeiros raios de sol vem ao longo dos anos sendo castigada por nuvens escuras, ocultando o brilho dos nossos horizontes. A nuvem a que me refiro não carrega partículas de água e muito menos traz esperança para o homem do campo. A penumbra que encobre os solos paraibanos arrasta na verdade conflitos políticos, entraves que não deixam o progresso germinar.    

Desde muito tempo, antes mesmo do assassinato de João Pessoa, incontáveis governadores paraibanos já haviam tido seus mandatos cessados, ou por morte, assassinato, renúncia, ou ainda por cassação. Não bastassem tantas intempéries, a Paraíba continua até os dias atuais convivendo, esbulhadamente, com mediocridades, traições, picuinhas, adesismos de última hora e outras mazelas prejudiciais à saúde do Estado. 

Foi em decorrência destas catástrofes que a terra de Augusto dos Anjos nunca passou de mera coadjuvante no cenário nacional, aonde o maior interesse dos gestores sempre foi à busca incessante por cargos governamentais, perfazendo uma espécie de ciclo vicioso. 

Com tantos contratempos e impasses, até quando a nuvem escura permanecerá toldando os céus da Paraíba, e o que fazer para contornar a situação? Bem, o vizinho estado de Pernambuco já mostrou que, com união e comprometimento de praticamente todas as classes políticas, o estado se fortalece e quem ganha no final é o povo. 

Podemos até considerar, de certa forma, que as expectativas foram renovadas com um novo governante, vindo das camadas sociais, que promete dar um ‘salto’ e tirar o Estado do incomodo grupo dos mais miseráveis, mas que na verdade, ainda está a quem de ser o responsável pelo esplendor da Paraíba. Com relação a questão tempo permanência, isso já perdemos e muito, e o que importa agora é fazer o sol emergir para todos os paraibanos.

Por Pedro Niácome

25 de julho de 2011

Inclusão digital: crescemos, mas ainda estamos longe 





Foi realizada recentemente uma pesquisa sobre o perfil do blogueiros pelo mundo através da Sysomos. Um levantamento que colocou o Brasil em quarto lugar na produção de conteúdo para a internet, a frente de países de 1º mundo, a exemplo da Alemanha e da França. No contexto brasileiro também foi feito um novo levantamento, desta feita pelo Ferramentas Blog.


O resultado do perfil do blogueiro brasileiro demonstra que na maioria são adultos, prevalecendo o grupo de 22 a 30 anos. Isso confirma que a geração que cresceu junto com o desenvolvimento da internet é mais ativa na produção de conteúdos via blogs. Em outro tópico observamos a maioria de homens, com 71%, inversamente proporcional à média mundial das mulheres. Um ponto interessante da pesquisa, mostra que o nível de escolaridade daqueles que produzem conteúdo para a internet são bem elevados, prevalecendo os cursos com formação superior, 36%, somados aos 27% dos que se dizem incompletos.


O destaque por região no universo da blogosfera ficou por conta da região Nordeste, ficando na segunda posição no ranking nacional, atrás apenas da região sudeste.


Ainda estamos longe


Hoje o Brasil está entre as 10 maiores economias do mundo, mas no ranking de telecomunicações estamos na modesta 35º posição. Somos assistidos por um sistema de banda larga ainda lento e caro, e ao alcance de poucos. Apenas 3,9% das conexões têm velocidade superior a 5 Mbps, padrão necessário para teleconferências e vídeos de alta resolução. A meta do governo até 2014 é oferecer esses pacotes por um preço a ser definido nas 12 cidades-sede da Copa. Em termos de comparação com outros países, como Austrália e Finlândia, a previsão é de que até 2017, toda a população possa receber internet de 100 Mbps, e a Correia do Sul com 1000 Mbps, já em 2013. 


Ainda esperamos o dia em que o Plano Nacional de Banda Larga venha a corrigir as gritantes  distorções do setor de telecomunicações brasileiro, advindas das privatizações e da frouxa regulamentação do mercado.


Enfim, há um país inteiro querendo mais interação, expor suas idéias e pensamentos, querendo fugir do cruel e aprisionador sistema de televisão aberta. A verdadeira democratização das comunicações no Brasil só acontecerá a partir do momento da inclusão digital, e da implantação de politícas realmente concretas,  e ao mesmo tempo "virtuais". 

Por Pedro Niácome