Interminável nuvem escura
Quem mora ou conhece a Paraíba sabe muito bem o quanto o estado é privilegiado por suas belezas naturais e pela pluralidade de seu povo. Um Estado economicamente promissor, com fortes atrativos turísticos e com um enorme potencial tecnológico e científico.
Mas também como é do conhecimento de muitos, o estado brasileiro que recebe os primeiros raios de sol vem ao longo dos anos sendo castigada por nuvens escuras, ocultando o brilho dos nossos horizontes. A nuvem a que me refiro não carrega partículas de água e muito menos traz esperança para o homem do campo. A penumbra que encobre os solos paraibanos arrasta na verdade conflitos políticos, entraves que não deixam o progresso germinar.
Desde muito tempo, antes mesmo do assassinato de João Pessoa, incontáveis governadores paraibanos já haviam tido seus mandatos cessados, ou por morte, assassinato, renúncia, ou ainda por cassação. Não bastassem tantas intempéries, a Paraíba continua até os dias atuais convivendo, esbulhadamente, com mediocridades, traições, picuinhas, adesismos de última hora e outras mazelas prejudiciais à saúde do Estado.
Foi em decorrência destas catástrofes que a terra de Augusto dos Anjos nunca passou de mera coadjuvante no cenário nacional, aonde o maior interesse dos gestores sempre foi à busca incessante por cargos governamentais, perfazendo uma espécie de ciclo vicioso.
Com tantos contratempos e impasses, até quando a nuvem escura permanecerá toldando os céus da Paraíba, e o que fazer para contornar a situação? Bem, o vizinho estado de Pernambuco já mostrou que, com união e comprometimento de praticamente todas as classes políticas, o estado se fortalece e quem ganha no final é o povo.
Podemos até considerar, de certa forma, que as expectativas foram renovadas com um novo governante, vindo das camadas sociais, que promete dar um ‘salto’ e tirar o Estado do incomodo grupo dos mais miseráveis, mas que na verdade, ainda está a quem de ser o responsável pelo esplendor da Paraíba. Com relação a questão tempo permanência, isso já perdemos e muito, e o que importa agora é fazer o sol emergir para todos os paraibanos.
Por Pedro Niácome