26 de outubro de 2016

Acolhida


Salve, salve...de volta, reativando o blog após 3 anos e meio longe do EZ. Neste período de 1293 dias ocorreram muitas mudanças. A principal delas ocorreu em agosto de 2013, quando decidi dar um até breve a querida e amada Paraíba, e segui destino rumo ao Rio Grande do Sul. 

O paradeiro da nova morada foi Palmeira das Missões. Cidade pacata e acolhedora do interior do Estado, com aproximadamente 36 mil habitantes. Sim, de cara me deparei com um abismo de diferenças, a começar pelo sotaque, o próprio clima, as comidas e a cultura dos gaúchos. O tradicionalismo gaudério impera. Aliás, Palmeira das Missões é conhecida por sediar um dos principais eventos de música nativista, que é o Carijo da Canção Gaúcha. Não estranhe, é carijo mesmo, sem vinculo com aves. Mas adiante explicarei a origem do nome, que tem forte ligação com a erva, a erva-mate, o cuscuz deles.

Acredito que o sobejo da curiosidade dos gaúchos também seja estendido ao leitor do blog: por que deixar seu estado de origem, cortar o país e baixar o matulão em uma pequena cidade do Sul do Brasil? És um nordestino foragido ou foi seduzido por alguma prenda?  

Nenhuma das alternativas, apesar da beleza das palmeirenses. A resenha é longa, mas para sintetizar digo que tudo teve início a partir de uma visita a um irmão, em meados de abril de 2013, que acabara de fixar residência em solo palmeirense. Professor de Zootecnia, Ianglio Márcio Travassos, passou em um concurso da Ufsm e acabou abrindo portas. Após acertar os ponteiros em Campina Grande, peguei a estrada com mala e cuia. Quatro mil quilômetros de distância, eu o carro e Gerusa (nome do GPS). O conteúdo das viagens pelas rodovias também merece um capítulo a parte, destrincharei mais adiante.

O fato é que quem bebe água do Rio Macaco dificilmente faz check-out. Confesso que no início foi bem difícil, principalmente tendo que encarar o frio intenso do inverno. Meu cartão de visita foi zero grau, e uma semana seguida com fortes chuvas, inclusive com temporal e granizo. Desafio ainda maior para um paraibano, com não mais que dois casacos, mais finos que uma folha de A4. A distância da família e dos amigos encharcou ainda mais a situação. Brabo, estaca zero...pensei em desistir.

Mas aos poucos fui me adaptando ao novo habitat, as novas amizades. Acabei sendo fisgado pelo churrasco e o bom vinho. A cidade em si tem suas belezas, bem como suas carências, mas que com o passar dos anos foi apresentando evolução, com ênfase no quesito entretenimento. Possui um belo parque, praças bem arborizadas, barzinhos, centro cultural com cinema entre outros.
Entre as principais vantagens que encontrei por aqui foi poder eliminar do meu dia a dia o caos dos congestionamentos. A violência aqui é bem menor, quando comparado com os altos índices dos estados da região Nordeste. Poucos assaltos e homicídios. Assassinato por aqui vira série.

Mas enfim, a vinda da esposa e do filho poucos meses depois veio a somar com a decisão final, contribuindo com o ‘fico’. Atualmente sou editor do jornal e repórter da rádio Difusora 92 Fm. Adaptado e feliz com o novo momento. 

Muito grato pela acolhida!